Laboratório de Biogeografia e Conservação de Aves

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Quem somos

Realizamos pesquisa integrativa e colaborativa com ornitólogos de diferentes instituições do Brasil e do mundo visando entender como os padrões biogeográficos podem ser explicados a partir da evolução da paisagem e como a diversidade é afetada pelas mudanças climáticas e ações antrópicas. Para isso usamos sequenciamento genômico de aves, análise de espécimens depositados em coleções zoológicas, bioacústica e modelagem de distribuiçao. Desenvolvemos também projetos de ecologia de comunidades de aves, fragmentaçao florestal, dieta, etno-ornitologia e co-evolução entre aves e hemoparasitas.

News

Primeiro registro de Xenops tenuirostris no Centro de Endemismo Belém

Durante nossa expedição ornitológica ao baixo Rio Tocantins, fizemos o primeiro registro documentado do bico-virado-fino (Xenops tenuirostris) no Centro de Endemismo Belém, sudeste da Amazônia brasileira, município de Mocajuba, margem direita do baixo rio Tocantins, no estado do Pará, em abril de 2024. Além deste registro documentado, modelamos a distribuição potencial da espécie para entender melhor os atuais limites de distribuição e como eles podem ser influenciados pelas mudanças climáticas e pelo desmatamento em um futuro próximo. Os modelos indicam que as áreas potenciais para ocorrência da espécie estão concentradas no arco do desmatamento e sugerem que nos próximos trinta e seis anos X. tenuirostris poderá diminuir sua área de distribuição o que pode aumentar a taxa de endogamia e perda de diversidade genética.

Nova espécie endêmica e ameaçada descoberta em Rondônia

Uma nova espécie de guarda-florestas (Thamnophilidae: Hylophylax) endêmica do sul da Amazônia brasileira descoberta por Thiago V. V. Costa e Alexandre M. Fernandes (em processo de descrição). A nova espécie apresenta diferenças morfológicas, vocais, genéticas e ocorre parapatricamente em relação aos demais táxons do complexo H. naevius, estando restrita às matas de terra firme a leste do alto rio Madeira e sudoeste do rio Machado (Jiparaná). O desmatamento em larga escala que caracteriza a área de ocorrência da espécie indica que a espécie já possa estar ameaçada de extinção e que as matas de Rondônia precisam de ações urgentes e efetivas de conservação.

Especiação de aves em ambientes abertos na América do Sul

Nesse estudo, investigamos detalhes sobre a origem e a distribuição geográfica do bacurauzinho, uma espécie de ave com hábitos noturnos que ocorre em regiões secas em diferentes localidades na América do Sul, como o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal e os campos naturais da Amazônia. Utilizamos métodos bem atuais para compreender a história biogeográfica dessa ave como a modelagem ecológica, bioacústica e o sequenciamento genômico. Assim esta sendo possível compreender a origem do bacurauzinho e em quais locais e tipos de ambientes a espécie viveu no passado, quando o clima era mais frio e seco e fazer previsões para o futuro num cenário de mudanças climáticas. Nossos dados demonstram que na Amazônia o bacurauzinho é restrito à ambientes abertos de areia branca conhecidas como campinas, já fora da Amazônia são generalistas e ocorrem em diferentes tipos de ambientes. Populações de dentro e fora da Amazônia diferem também em canto, plumagem e DNA o que sugere que são espécies distintas. Nossos dados demonstram que o bacurauzinho fora da Amazônia pode ser beneficiado com alterações de clima podendo ocupar regiões desmatadas, porém a espécie das campinas terá redução populacional e extinções locais, o que também pode ocorrer com outras aves endêmicas das Campinas Amazônica. As diferenças em coloração de plumagem e vocais são consistentes com a regra de Gloger e a hipótese de adaptação acústica, respectivamente.

Biogeografia de Aves dos Brejos de Altitude do Nordeste

Nossos dados de modelagem de distribuição e filogeografia das espécies Pachyramphus marginatus, Attila spadiceus, Chiroxiphia pareola, Xenops minutus, Xiphorhynchus guttatus e Glaucis hirsutus fortalece evidências de antigo contato entre a Mata Atlântica e Amazônia por uma importante rota de dispersão entre o sudeste da Mata Atlântica e sudoeste da Amazônia.